Autoridade portuária cria comitê para acompanhar impactos do túnel Santos-Guarujá.

A Autoridade Portuária de Santos (APS) anunciou a criação de um Comitê Regional Permanente de Monitoramento de Impactos Ambientais para acompanhar os efeitos da construção do túnel imerso que ligará Santos a Guarujá. A medida, publicada em portaria no último dia 16, tem como objetivo fiscalizar e avaliar possíveis impactos ambientais e sociais provocados pela obra, além de propor medidas de mitigação e compensação sempre que necessário.

O grupo será formado por representantes de órgãos públicos, como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), além do governo estadual, da própria APS e de entidades da sociedade civil, incluindo associações comerciais das duas cidades. O consórcio responsável pela execução do projeto também terá assento no comitê, que funcionará como um canal de diálogo entre a obra, os órgãos de fiscalização e as comunidades do entorno.

As reuniões deverão ocorrer, no mínimo, a cada dois meses, com foco na análise de relatórios, identificação de impactos e definição de ações necessárias para reduzir possíveis danos à região. A iniciativa é considerada estratégica para garantir transparência e acompanhamento técnico durante todas as fases da obra.

APS cria comitê para monitorar impactos ambientais do túnel Santos-Guarujá. — Foto: Divulgação/APS.

O túnel Santos-Guarujá é apontado como uma das obras de infraestrutura mais importantes do país. Com extensão total de aproximadamente 1,5 quilômetro, sendo 870 metros submersos, o projeto prevê três faixas por sentido, incluindo uma exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de passagens para pedestres e ciclistas. O investimento está estimado entre R$ 6 bilhões e R$ 6,8 bilhões, dentro de um modelo de Parceria Público-Privada (PPP) que envolve construção, operação e manutenção.

Licença Prévia: Primeira etapa da Licença Ambiental para as obras do Túnel Santos-Guarujá foi obtida pela Cetesb — Foto: Arquivo AT e Arte g1.

Além de encurtar a travessia entre as duas cidades, hoje dependente de balsas, a expectativa é de que a ligação traga maior fluidez ao tráfego da Baixada Santista e fortaleça a integração logística do Porto de Santos. Por outro lado, especialistas alertam que a complexidade ambiental da região exige monitoramento constante para assegurar que o avanço da obra não comprometa o ecossistema local nem a qualidade de vida da população.