Moeda única para os BRICS: entenda o motivo de Lula insistir e o que mudaria
- Portal de Notícias - GNTV

- há 5 dias
- 2 min de leitura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta quinta-feira (23) a substituição do dólar norte-americano por moedas nacionais em transações entre países.
Essa ideia também é defendida pela China e outros países emergentes, mas não agrada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já se manifestou publicamente contra a iniciativa.
Desde o Acordo de Bretton Woods, em 1944 (quando países se reuniram para discutir o sistema financeiro do pós-guerra), o dólar tornou-se a moeda-padrão no comércio internacional.
A aceitação universal e a ligação com instituições financeiras globais solidificaram o dólar como como referência mundial.
A substituição do dólar por outras moedas vem sendo defendida pelo Brasil e outros países em desenvolvimento, como China e Rússia.
O tema é muito discutido dentro do Brics, grupo de países emergentes que tem como membros fundadores Brasil, China, Rússia e Índia.
Um dos motivos é justamente a vulnerabilidade em caso de oscilações na política monetária dos Estados. O país vem sendo estável economicamente há várias décadas, o que torna remoto o risco a curto prazo de as transações em dólar virarem um problema para os emergentes.
Mas há outros motivos, especialmente geopolíticos, pelos quais os Brics estão discutindo a substituição.
Um deles foi exclusão de bancos russos do sistema SWIFT, após o país presidido por Vladimir Putin ter invadido a Ucrânia, há 2 anos e 11 meses. Essa foi uma das sanções sofridas pela Rússia desde então.
Excluída do SWIFT, a Rússia passou a reivindicar transações em outras moedas, que não o dólar, para não ficar muito dependente do sistema internacional e não ver suas transações minguarem.
A China, grande parceira comercial da Rússia, tem se aproveitado para incentivar as negociações em sua moeda local, o yuan, como forma de fortalecer sua economia.
No ano passado, quando a Argentina enfrentava um agravamento de sua crise financeira que já se arrasta há anos, a China financiou o país sulamericano em yuan. A Argentina estava com dificuldade de obter fundos em organismos internacionais.
Para a China, portanto, uma maior influência do yuan em relação ao dólar é um passo crucial em seu objetivo de ultrapassar os Estados Unidos como maior economia do mundo.
Fonte: G1 Globo.




Comentários