Secretário e ex-delegado de SP é executado em Praia Grande, e mais de 100 policiais são enviados à Baixada Santista.
- Portal de Notícias - GNTV

- 16 de set.
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O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, que atualmente ocupava o cargo de secretário de Administração de Praia Grande, foi assassinado na noite desta segunda-feira (15/9) em Praia Grande, litoral do estado.
O crime ocorreu por volta das 18h, próximo à prefeitura e ao fórum local. Imagens de câmeras de segurança registraram sua fuga em alta velocidade, seguida de uma colisão com um ônibus, o que fez o veículo capotar. Os criminosos o perseguiram em uma picape Toyota Hilux SW4 preta, desceram armados com fuzis, se aproximaram do carro de Fontes e efetuaram os disparos.
Durante a ação, outras duas pessoas ficaram feridas. Elas foram socorridas pelo Samu de Praia Grande e levadas à UPA Quietude, sendo posteriormente transferidas para o Hospital Municipal Irmã Dulce. Não correm risco de morte.
Como parte da resposta policial, mais de 100 oficiais da Polícia Militar especializada foram deslocados da capital para a Baixada Santista para reforçar as buscas pelos autores.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, informou que foi montada uma força-tarefa para investigar o caso com prioridade, com apoio do Ministério Público e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Fontes tinha mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil, tendo passado por cargos de destaque como delegado da Divisão de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos (Deic), delegado do Denarc, delegado de Homicídios (DHPP), além de ter sido diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e delegado-geral do Estado. Ele era conhecido por seu enfrentamento decidido ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que o considerava inimigo.
Motivos que ligam o PCC ao crime
Alvo antigo da facçãoFontes já era identificado, em investigações anteriores, como alguém que figurava em uma lista de execuções. De acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo em 2019, lideranças do PCC — inclusive Marcola — teriam ordenado mortes de servidores da Polícia Civil, incluindo o de Fontes.
Histórico de enfrentamentoEle tinha atuação destacada mapeando a estrutura interna do PCC: hierarquias, vulnerabilidades, atuação financeira. Esse trabalho fortaleceu investigações e operações que enfraqueceram comunicações da facção.
Participação em operações importantesEm resposta aos ataques coordenados pelo PCC em 2006, Fontes teve papel central em identificar líderes da facção e promover sua transferência para presídios federais — estratégia para isolar os mandantes e reduzir influência da organização.
Como era sua atuação
Ele trabalhou em diversas divisões especializadas da Polícia Civil (como investigação financeira, inteligência, combate ao crime organizado).
Mesmo após deixar a Polícia Civil (aposentadoria), continuou envolvido no serviço público, atuando como secretário de Administração de Praia Grande, mantendo sua imagem associada à luta contra o crime organizado.




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