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Operação Rejeito: Polícia Federal desmonta esquema bilionário de fraudes no setor de mineração em Minas Gerais.

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    Portal de Notícias - GNTV
  • 17 de set.
  • 3 min de leitura

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (17/09) a Operação Rejeito, uma das maiores ações de combate à corrupção e crimes ambientais relacionados ao setor mineral em Minas Gerais. A investigação revelou um esquema que envolvia empresários, servidores públicos, políticos e até integrantes da cúpula de órgãos federais, responsável por liberar licenças ambientais fraudulentas e beneficiar empresas ligadas à exploração mineral.


Principais suspeitos presos ou alvos

Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) — Foto: Divulgação/ANM.
Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) — Foto: Divulgação/ANM.
  • Caio Mário Trivellato Seabra Filho — Diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM). Acusado de atuar para facilitar licenças fraudulentas e envolvido diretamente na estrutura do esquema.

    Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal de MG — Foto: Reprodução/TV Globo.
    Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal de MG — Foto: Reprodução/TV Globo.
  • Rodrigo de Melo Teixeira — Delegado da Polícia Federal, ex-diretor da PF em Minas Gerais. Também preso.

    Alan Cavalcante do Nascimento — Foto: Reprodução.
    Alan Cavalcante do Nascimento — Foto: Reprodução.
  • Alan Cavalcante do Nascimento — Empresário apontado como líder da organização criminosa. Ele estaria coordenando decisões estratégicas, articulações políticas e financeiras.

  • Helder Adriano de Freitas — Sócio de Alan, envolvido nas articulações com servidores públicos para obter licenças.

    João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan na mesma empresa e articulador do esquema. — Foto: Clarissa Barçante/ALMG.
    João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan na mesma empresa e articulador do esquema. — Foto: Clarissa Barçante/ALMG.
  • João Alberto Paixão Lages — Ex-deputado estadual, associado ao grupo, com atuação política e institucional no esquema.

    Breno Esteves Lasmar — Foto: Ricardo Barbosa/ALMG.
    Breno Esteves Lasmar — Foto: Ricardo Barbosa/ALMG.
  • Breno Esteves Lasmar, diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Lasmar também foi diretor de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês de Bacias da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Superintendente de Fiscalização Ambiental Integrada e chefe de Gabinete da Fundação Estadual do Meio Ambiente.

Fernando Benício de Oliveira Paula — Foto: Fábio Ortolan/ACMinas.
Fernando Benício de Oliveira Paula — Foto: Fábio Ortolan/ACMinas.

  • Fernando Benício de Oliveira Paula, membro do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Fernando é conselheiro da Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, cadastrada no estado de Minas Gerais como entidade Socioambiental.

    Fernando Baliani da Silva — Foto: Alexandre Netto/ALMG.
    Fernando Baliani da Silva — Foto: Alexandre Netto/ALMG.


  • Fernando Baliani da Silva, diretor de Gestão Regional da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). Baliani também atuou como superintendente de Apoio à Regularização Ambiental e presidente da Câmara de Atividades Industriais, em 2023.



  • Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na empresa mineração Gutesiht e apontado como articulador com servidores públicos e representantes de órgãos ambientais para manipular processos de licenciamento



Servidores públicos envolvidos

Além dos empresários, há servidores que foram afastados ou têm mandados de prisão:


  • Na ANM: Leandro César Ferreira de Carvalho, Guilherme Santana Lopes Gomes, e Caio Seabra Filho.

  • Na Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente): Rodrigo Gonçalves Franco, Lirriet de Freitas Libório, Fernando Baliani da Silva, Arthur Ferreira Rezende Delfim.

  • No IEF (Instituto Estadual de Florestas): Breno Esteves Lasmar.

  • No Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental): Fernando Benício de Oliveira Paula.


Modus operandi e impacto estimado


De acordo com a PF e o Ministério Público Federal, o grupo criminoso criava ou utilizava empresas de fachada para conseguir autorizações de lavra e exploração mineral em áreas ambientalmente sensíveis, muitas vezes próximas a unidades de conservação.Para obter as permissões, havia pagamento de propina a servidores públicos e manipulação de pareceres técnicos, permitindo a liberação irregular de licenças.


Além das fraudes ambientais, o esquema também envolvia lavagem de dinheiro e tráfico de influência, com o uso de relações políticas e empresariais para manter a operação funcionando. Estima-se que os valores movimentados cheguem a R$ 1,5 bilhão, montante bloqueado judicialmente em bens dos investigados.


Impactos ambientais e sociais


Segundo o inquérito, as fraudes colocaram em risco áreas de preservação permanente e comunidades próximas às minas. A liberação irregular de empreendimentos poderia comprometer rios, mananciais e a fauna local, além de gerar riscos para populações tradicionais que dependem da natureza para sobreviver.


Organizações ambientais alertam que o caso repete padrões observados em outras tragédias da mineração em Minas Gerais, como os desastres de Mariana e Brumadinho, e pedem maior transparência nos processos de licenciamento.


Próximos passos


A Justiça Federal determinou prisões preventivas, afastamento de servidores, apreensão de documentos e bloqueio de bens. A expectativa é que novas fases da operação sejam deflagradas, uma vez que a PF identificou mais de 40 empresas ligadas ao esquema.

A ANM e o governo de Minas Gerais ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso.



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