Governo do Peru decreta estado de emergência após onda de protestos da geração "z".

O governo interino do Peru decretou estado de emergência na capital, Lima, após protestos violentos que deixaram um manifestante morto e centenas de feridos. O episódio se deu em meio a uma onda de insatisfação popular com a insegurança, o crime organizado e a classe política.

Os protestos foram organizados principalmente por jovens da Geração Z (entre 18 e 30 anos), contrários ao governo de José Jerí, que assumiu o poder interinamente em 10 de outubro de 2025, após o impeachment e destituição da presidente Dina Boluarte.

Em uma das manifestações mais intensas, ocorridas em Lima em 15 de outubro, o rapper Eduardo Ruiz, conhecido artisticamente como “Trvko”, de 32 anos, foi atingido por um tiro disparado por um policial afastado, segundo as investigações.

As manifestações também resultaram em dezenas de feridos: 113 pessoas, entre civis e policiais, segundo dados oficiais, 84 agentes de segurança ficaram feridos.

Diante do agravamento da crise, o chefe de gabinete Ernesto Álvarez anunciou o decreto de estado de emergência que incidirá sobre Lima Metropolitana e Callao, afetando cerca de 10 milhões de habitantes. A medida autoriza o emprego das Forças Armadas para reforçar a segurança pública, bem como restrições temporárias a direitos como o de reunião.

O presidente Jerí não se pronunciou sobre renúncia e prometeu enfrentar a crise de segurança com medidas urgentes, além de pedir ao Congresso poderes legislativos especiais para atuar rapidamente em temas como segurança cidadã e sistema penitenciário.

A indignação popular foi moldada pela repetição de casos de violência, corrupção e abuso policial, elementos que os manifestantes dizem ter marcado, nos últimos anos, a atuação das autoridades.