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Câmara deve votar nesta quarta projeto contra 'adultização' de crianças e adolescentes nas redes.

  • Foto do escritor: Portal de Notícias - GNTV
    Portal de Notícias - GNTV
  • 20 de ago.
  • 3 min de leitura

A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta-feira (20) o projeto que estabelece regras para a proteção de crianças e adolescentes contra a "adultização" no ambiente digital. A proposta já foi aprovada no Senado e tem como autor o senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

O texto prevê que as plataformas digitais adotem o chamado dever de cuidado, princípio jurídico que obriga a adoção de medidas para evitar danos a terceiros e permite a responsabilização por omissão.


O que prevê o projeto


As empresas de tecnologia com produtos voltados ou acessados por menores deverão adotar mecanismos para prevenir ou mitigar exposição a conteúdos de:


  • exploração e abuso sexual;

  • violência física, bullying virtual e assédio;

  • incentivo a automutilação e transtornos de saúde mental;

  • jogos de azar, tabaco, álcool e drogas;

  • publicidade enganosa.


Além disso, as plataformas terão que:


  • realizar avaliações de risco e disponibilizar ferramentas de controle parental;

  • derrubar imediatamente conteúdos ilegais de abuso sexual infantil, mesmo sem ordem judicial, após notificação;

  • adotar barreiras confiáveis de verificação de idade em sites pornográficos;

  • proibir perfis comportamentais de menores para fins publicitários;

  • impedir a venda de “loot boxes” em jogos eletrônicos direcionados a crianças e adolescentes;

  • vincular perfis de menores às contas de seus responsáveis legais.



Controle parental


Outra medida é a configuração padrão das ferramentas de controle parental. As configurações deverão:


  • limitar a capacidade de outros indivíduos de se comunicarem com crianças e adolescentes;

  • impedir que usuários não autorizados acessem os dados pessoais do público infantojuvenil;

  • limitar o tempo de uso do produto ou serviço e o funcionamento de recursos que estendam a sua utilização;

  • controlar sistemas de recomendação personalizados;

  • restringir o compartilhamento da geolocalização;

  • promover educação midiática quanto ao uso seguro das mídias digitais;

  • controlar ferramentas de inteligência artificial que não sejam estritamente necessárias para o funcionamento do produto ou serviço.



Punições


O descumprimento das regras poderá gerar sanções cíveis, criminais e administrativas. Entre as penalidades previstas estão:


  • advertência com prazo para correção;

  • multa de até 10% do faturamento ou até R$ 50 milhões por infração;

  • suspensão temporária das atividades;

  • proibição definitiva de funcionamento no Brasil.


Os valores arrecadados irão para o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente.


Urgência aprovada


Na terça-feira (19), a Câmara aprovou em votação simbólica a urgência para a tramitação do projeto. O processo rápido gerou protestos da oposição, que pediu o registro nominal dos votos, mas o requerimento foi apresentado após a aprovação.

Parlamentares contrários alegam risco de “censura” e criticam a redação de um trecho que determina a aplicação da lei a produtos ou serviços de “acesso provável” por menores, considerada uma expressão vaga.

“Temos que nos posicionar contra a 'adultização', mas há um problema que precisa ser resolvido para que não percamos nossa liberdade de expressão”, disse o deputado Eli Borges (PL-TO).



'Tema da semana'


O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que este será o principal tema da semana. Uma comissão geral será realizada nesta quarta para debater a proposta.

A mobilização em torno do tema ganhou força após a prisão do influenciador Hytalo Santos, investigado por exploração e exposição de menores em vídeos publicados nas redes sociais. O caso foi denunciado por outro influenciador, Felca, no último dia 9.


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante uma sessão na Câmara. — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante uma sessão na Câmara. — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo.


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