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Crise no Nepal: Entenda os Protestos que abalaram o País.

  • Foto do escritor: Portal de Notícias - GNTV
    Portal de Notícias - GNTV
  • 10 de set.
  • 3 min de leitura

Uma onda de protestos massivos e violentos tomou conta do Nepal, levando à renúncia do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli e mergulhando o país em um período de instabilidade política. O que começou com a insatisfação pela proibição de redes sociais se transformou em uma revolta generalizada, impulsionada por uma juventude cansada da corrupção e da falta de oportunidades.


Jovens tiram selfie com o palácio do governo do Nepal em chamas ao fundo, em 9 de setembro de 2025 — Foto: AP Photo/Niranjan Shrestha.
Jovens tiram selfie com o palácio do governo do Nepal em chamas ao fundo, em 9 de setembro de 2025 — Foto: AP Photo/Niranjan Shrestha.

O Estopim: A Proibição das Redes Sociais


No início de 2025, o governo nepalês surpreendeu a população ao proibir o uso de plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp. A justificativa oficial era o combate à "desinformação", mas a medida foi vista por muitos como uma tentativa de censurar a oposição e controlar a narrativa pública. O que o governo não previu foi a reação da população.


A medida foi o ponto de ignição para uma série de manifestações que se espalharam por todo o país. A indignação inicial pela perda da liberdade de comunicação logo se somou a frustrações de longa data, transformando os protestos em um movimento de revolta em massa.


Raízes da Revolta: Frustração e Desigualdade


Os jovens nepaleses, que se tornaram a vanguarda dos protestos, há muito tempo expressavam sua insatisfação com a classe política. Anos de corrupção, nepotismo e má gestão econômica criaram um cenário de desesperança, com a falta de empregos e a ausência de perspectivas de futuro para a maioria da população. A proibição das redes sociais foi a gota d'água, canalizando a raiva e a frustração acumuladas.


As manifestações, que começaram pacíficas, rapidamente escalaram para a violência.


Manifestantes incendiaram prédios públicos, incluindo o Parlamento e a Suprema Corte, e atacaram as residências de políticos. As forças de segurança responderam com força, levando a um trágico saldo de dezenas de mortos e centenas de feridos.


A Renúncia do Primeiro-Ministro e o Futuro Incerto


Diante da pressão popular e da crescente violência, o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli foi forçado a renunciar. Em um esforço para acalmar a população, o governo revogou a proibição das redes sociais, mas a crise política continua. O exército foi mobilizado para manter a ordem, mas o clima de incerteza paira sobre o Nepal.


A crise atual é um reflexo das tensões sociais e políticas que fervilham em diversos países da Ásia. Semelhante aos levantes recentes em Bangladesh e no Sri Lanka, os protestos no Nepal demonstram o poder da juventude e a profunda insatisfação com a má gestão governamental. O futuro do país agora depende da capacidade de seus líderes em responder às demandas da população e construir uma sociedade mais justa e transparente.


Quem vem agora?


Um dos nomes mais populares entre os manifestantes para governar o país é Balendra Shah, de 35 anos. Ex-rapper e compositor, ele se tornou prefeito de Katmandu em 2022 após uma campanha para limpar ruas e rios da cidade.


  • Após as mortes de manifestantes durante os protestos de segunda-feira, Shah chamou o então primeiro-ministro de terroristaque não entendia a “dor de perder um filho ou filha”.

  • Na terça-feira, depois da renúncia de Oli, ele pediu calma aos quase 784 mil seguidores no Instagram.

  • “Querida Geração Z, a renúncia dos seus opressores na política já aconteceu! Agora, por favor, tenham paciência”, escreveu.



“Você e nós precisamos ser cautelosos! Agora a sua geração terá que liderar o país! Preparem-se!”


Jovens celebram após queda do primeiro-ministro do Nepal, em 9 de setembro de 2025 — Foto: AP Photo/Niranjan Shrestha.
Jovens celebram após queda do primeiro-ministro do Nepal, em 9 de setembro de 2025 — Foto: AP Photo/Niranjan Shrestha.



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