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Cessão de território, reconstrução com dinheiro russo, central nuclear dividida: veja pontos do plano de paz de Trump na Ucrânia.

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    Portal de Notícias - GNTV
  • há 32 minutos
  • 3 min de leitura

O plano para a Ucrânia que vem sendo elaborado pelos governos dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, prevê que Kiev cederia as regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia, segundo um esboço do documento ao qual a agência de notícias AFP teve acesso.


Essas duas regiões, que ficam no leste da Ucrânia, seriam "reconhecidas de fato como russas, inclusive pelos Estados Unidos". A mesma categoria seria aplicada para a Crimeia, a península ucraniana ilegalmente anexada pela Rússia em 2014.


Veja, abaixo, alguns dos 28 pontos da proposta, de acordo com a AFP:


  • Anexação das regiões de Donetsk e Luhansk pela Rússia — que correspondetem a mais da metade do que é atualmente ocupado por tropas russas, cerca de 20% de todo o território ucraniano.


  • Outras duas regiões no sul da Ucrânia, as de Kherson e Zaporizhzhia, seriam divididas segundo o traçado da atual linha de frente de batalha.


  • A redução das Forças Armadas da Ucrânia a 600 mil efetivos — o atual é de quase 900 mil soldados, segundo o governo ucraniano.


  • A assinatura de um "acordo de não agressão" entre Rússia, Ucrânia e Europa;


  • Que Kiev inclua em sua Constituição que renuncia integrar a Otan, uma das maiores reivindicações da Rússia desde antes da guerra. Mas a Ucrânia seguiria elegível para a adesão à União Europeia;


  • Garantias de segurança à Ucrânia semelhantes às da Otan — ou seja, no caso de uma nova invasão, EUA e Europa enviariam tropas para defender o território ucraniano;


  • O compromisso da Otan em não posicionar tropas na Ucrânia e estacionar aviões na Polônia;


  • A reconstrução da Ucrânia financiadas com US$ 100 bilhões (cerca de R$ 533 bilhões) de ativos russos atualmente congelados por sanções;


  • Divisão da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, entre Rússia e Ucrânia.


As propostas são vistas pelos ucranianos e europeus como muito favoráveis à Rússia, e o diálogo que Trump e Putin vem travando abastecem rumores disso. Nesta sexta-feira (21), fontes das negociações disseram à agência de notícias Reuters que os EUA ameaçaram deixar de fornecer informações de inteligência e até de armas para a Ucrânia como forma de pressão.


Oficialmente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vem evitando criticar a proposta, para não criar novos atritos com Trump. Sem criticar o texto diretamente, Zelensky exigiu na quinta-feira (20) que se respeite "a soberania da Ucrânia".


Nesta sexta-feira (21), ele disse que a semana que vem será "muito difícil para a Ucrânia" — fontes da agência de notícias Reuters afirmaram Zelensky e o vice-presidente dos EUA, JD Vance, se falaram por telefone nesta sexta.


Líderes europeus, em reunião nesta sexta, afirmaram que as forças ucranianas devem permanecer capazes de defender a soberania do país, em uma referência à exigência de redução das forças ucranianas.


O presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o chanceler alemão, Friedrich Merz, fizeram uma ligação conjunta por telefone com Zelensky. Na chamada, disseram que assegurarão apoio da Europa à Ucrânia, mas também elogiaram "os esforços de Donald Trump" por buscar o fim da guerra.


Também nesta sexta, o Kremlin pressionou o governo ucraniano e disse que Kiev tem pouca margem de negociação diante dos recentes avanços das tropas russas no front da guerra. O governo de Vladimir Putin ainda não se manifestou sobre o plano.



Ataque russo na capital da Ucrãnia deixa mortos — Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko.
Ataque russo na capital da Ucrãnia deixa mortos — Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko.

 
 
 

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