Após 2 décadas, esquerda perde eleições no primeiro-turno e Bolívia passará por mudança histórica.
- Portal de Notícias - GNTV

- 17 de out.
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A Bolívia enfrenta um momento histórico: pela primeira vez em quase duas décadas, o segundo turno da eleição presidencial será disputado sem a participação da esquerda tradicional, que esteve há muito tempo no comando do país.
No primeiro turno, realizado em 17 de agosto de 2025, o partido Movimento ao Socialismo (MAS), que levou Evo Morales ao poder em 2005 e dominou a política boliviana desde então, sofreu uma derrota devastadora.
O candidato do MAS, Eduardo del Castillo, mal ultrapassou 3% dos votos.
O político de esquerda mais bem colocado fora do MAS foi Andrónico Rodríguez, presidente do Senado, que obteve cerca de 8% dos votos.
Com isso, o segundo turno marcado para 19 de outubro de 2025 será disputado entre Rodrigo Paz Pereira, do centro-direita pelo Partido Democrata Cristão, com aproximadamente 32,08% dos votos e Jorge “Tuto” Quiroga, da Aliança Livre, com cerca de 26,94%.

A queda do MAS revela tanto o desgaste acumulado em anos de governo quanto as divisões internas que se agravaram nos últimos tempos. Evo Morales foi impedido de concorrer, entrou em conflito com o atual presidente Luis Arce e chegou a pedir voto nulo como protesto.
A crise econômica, com inflação alta, escassez de dólares e combustíveis, também contribuiu decisivamente para minar o apoio popular.
Rodrigo Paz surpreendeu ao liderar a primeira volta, especialmente porque iniciara sua campanha com percentuais muito baixos nas pesquisas.
Já Quiroga, veterano da política, se beneficiou do enfraquecimento tanto dos candidatos de esquerda quanto de outros opositores moderados.
A eleição boliviana, portanto, aponta para uma guinada política significativa: uma virada da esquerda para a centro-direita e direita, em meio a uma exigência por mudança de modelo de governo. O novo presidente assumirá em novembro e terá diante de si o desafio de responder rapidamente à crise econômica, rever políticas sociais e reestruturar as relações internacionais construídas no período de hegemonia do MAS




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